O abraço era apenas um encontro de braços desajeitados. Certo mesmo era o que vinha depois, quando as bocas se descobriam e as mãos começavam a se soltar numa urgência tal. A cada toque mais impertinente, forte, grosseiro e excessivo ela percebia seus sentidos se perderem e o cheiro dele impregnava-lhe todo o corpo. Era o momento favorito dela. As respirações se confundiam, ofegantes. E o suor se misturava em meio ao que ainda restava das roupas... Ele sempre deixava a meia luz da noite entrar pela janela, só para ver os olhos dela fixarem os seus. Era o momento favorito dele. Exaustos, acabavam adormecendo onde tudo tinha começado, no abraço um do outro. Ela se encaixava nele e ele a envolvia com os braços. Era um abraço perfeito. Era o momento favorito deles.

O que é que me diz
Desse meu abraço que te faz feliz
Noite em meu quarto
A lua vem falar de nós
Procuro no rádio
Só durmo em paz se ouvir sua voz

(Meu Abraço - Ivete Sangalo)